O tema do artigo de hoje é um assunto que nem todo mundo fala, mas que faz parte dos processos da vida. Em maior ou menor grau, todos já se sentiram rejeitados ou tiveram medo da rejeição.
Seja nas situações do dia a dia, ao não ser convidado para uma festa ou por não se sentir acolhido por um de seus afetos, seja familiar, amoroso ou no círculo de amigos, enfim. Pretendo, no texto, apontar que é possível trabalhar esse sentimento, que muitas vezes, se torna uma ferida de rejeição para que você possa desfrutar de uma vida mais plena e de bem-estar.
A rejeição é um sentimento que ocorre quando alguém não é aceito, não é escolhido ou não é bem-vindo em determinada situação. Pode ser uma sensação dolorosa, que afeta a autoestima e a confiança. Mas como disse, precisamos entender que a rejeição faz parte da vida e todos nós, em algum momento, já passamos por isso.
Existem diferentes formas de rejeição. Por exemplo, alguém se candidatou a um emprego e não foi selecionado. Isso pode gerar a sensação de rejeição.
Ou mesmo quando você se aproxima de alguém que você gosta, mas a pessoa não corresponde aos seus sentimentos. Isso também pode causar rejeição.
Ou seja, ela está presente em diversas áreas da vida: social, profissional, afetiva e familiar.
Na vida, quando não desenvolvemos uma consciência mais ampla, mais elevada, é comum sermos dirigidos pelos sentimentos. A questão não é sentir, mas sim ser dirigido pelos sentimentos, pelo exterior e não pelo nosso interior.
Veja bem, quando desenvolvemos a inteligência emocional, o autoconhecimento entendemos que cada pessoa tem suas próprias preferências e razões para suas escolhas e tá tudo bem, porque nem sempre seremos escolhidos ou aceitos em todas as situações.
Acredito que cada um oferece ao outro aquilo que ele tem, então a rejeição, o medo não pode definir quem somos e isso não significa que não temos valor.
Sem perder de vista que a rejeição é um sentimento doloroso que surge quando nos sentimos excluídos, ignorados ou não valorizados pelos outros. Mas vale destacar que a rejeição pode ser real ou imaginária, ou seja, nem sempre é algo objetivo, mas sim uma interpretação que fazemos a partir das nossas emoções e experiências passadas.
Tem uma frase atribuída ao pensador chinês Confúcio (552 antes de Cristo) que diz:
“Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos”.
Eu sou analista Junguiana e dentro da perspectiva da psicologia analítica, essa frase pode nos ajudar a pensar sobre a nossa essência (o nosso self/si mesmo)
Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.
É uma frase simples e clara que aponta para exigir muito de nós mesmos e esperar pouco dos outros.
Isso não significa que devemos nos tornar perfeccionistas ou egoístas, mas sim que devemos colocar em nós mesmos a responsabilidade por nossas ações e expectativas, ao invés de projetá-las nos outros.
Quando exigimos muito de nós mesmos, estamos nos fortalecendo emocionalmente e desenvolvendo habilidades para lidar com desafios e dificuldades. Isso nos traz uma sensação de autonomia. Por outro lado, quando esperamos pouco dos outros, estamos evitando criar expectativas excessivas, o que pode levar a muitas decepções e aborrecimentos.
Sem perder de vista que cada pessoa tem seu próprio ritmo e suas próprias capacidades. Nem todos têm as mesmas habilidades ou o mesmo compromisso que nós.
Portanto, ao esperar pouco dos outros, estamos nos poupando de frustrações e ressentimentos desnecessários. Isso não significa que devemos aceitar qualquer comportamento, mas sim que devemos entender que cada um tem suas limitações.
Contudo, é preciso ter cuidado para não cair em extremos. Exigir muito de si mesmo não deve se tornar uma postura rígida e perfeccionista, e esperar pouco dos outros não deve nos levar a aceitar abusos ou desrespeito.
É necessário encontrar um equilíbrio saudável entre essas atitudes, valorizando nosso próprio potencial e estabelecendo limites adequados nas relações interpessoais.
Ou seja, entender as nossas próprias responsabilidades e limitações, assim como a dos outros, nos permite criar relacionamentos mais saudáveis e evitar desgastes desnecessários.
Uma das formas de lidar com esse sentimento é reconhecer e RESSIGNIFICAR a rejeição:
Quando alguém negar sua ideia ou não quiser sua companhia, não significa que você é incompetente, siga em paz. Converse, caso não resolva a situação, se afaste em paz.
Uma outra forma de lidar com a rejeição é MUDAR a perspectiva: Pare de focar no problema, no sentimento, foque na solução.
Pense com cuidado, medite, pergunte a sua sabedoria interna, o seu Eu Sou.
PRATIQUE o amor-próprio: Veja quantas situações você já superou, tenha mais carinho com você mesmo, pense sobre a pessoa que você é hoje e nas coisas que você pode melhorar e ajustar. Sei que é difícil se abrir para o mundo depois de ser rejeitado, mas se permita viver.
É para frente que se anda.
Faça as pazes consigo mesmo, perdoe o seu eu do passado, até agora pode ter sido de um jeito, mas hoje você tem consciência que pode ser diferente. E claro, busque apoio profissional. É ótimo conversar com amigos, familiares, mas os profissionais especializados podem ajudar a lidar com os sentimentos de rejeição.
É importante compartilhar o que se está sentindo e receber palavras de encorajamento e suporte.
Deixo como contribuição alguns passos para lidar com a rejeição:
1. Reconheça e aceite seus sentimentos: É normal sentir-se triste, frustrado ou magoado quando somos rejeitados. Permita-se sentir essas emoções, mas lembre-se de que elas não definem quem você é.
2. Não leve para o lado pessoal: Nem sempre a rejeição é sobre você. Muitas vezes, as pessoas têm suas próprias razões e preferências para suas escolhas. Não se culpe ou se menospreze por não ser escolhido.
3. Aprenda com a experiência: Toda rejeição pode ser uma oportunidade de crescimento. Reflita sobre o que aconteceu e identifique possíveis áreas de melhoria. Use esse conhecimento para se aprimorar e se tornar uma pessoa melhor.
4. Cerque-se de apoio emocional: Busque o suporte de amigos, familiares ou profissionais especializados. Ter um espaço seguro para compartilhar seus sentimentos e receber encorajamento pode fazer toda a diferença na superação da rejeição.
5. Foque em suas qualidades e conquistas: Lembre-se de todas as coisas positivas que você possui. Faça uma lista de suas qualidades, habilidades e conquistas. Valorize-se e lembre-se de que a rejeição não define seu valor como pessoa.
6. Trate-se com gentileza e compreensão: Não se puna por ter sido rejeitado. Ao invés disso, pratique a autocompaixão, entendendo que todos enfrentam rejeição em algum momento.
7. Desafie seus pensamentos negativos: O medo de ser rejeitado pode criar pensamentos negativos e limitantes. Identifique esses pensamentos e questione sua validade. Substitua-os por pensamentos positivos e realistas.
8. Enfrente seus medos gradualmente: Se o medo de ser rejeitado te impede de se arriscar, comece enfrentando-o gradualmente. Tome pequenas ações que o desafiem e que te ajudem a superar o medo aos poucos.
9. Mantenha-se ocupado e envolvido em atividades que te fazem bem: Focar em outras áreas de sua vida, como hobbies, trabalho ou estudos, pode ajudar a distrair a mente da rejeição e manter-se positivo e motivado.
10. Acredite em si mesmo e na sua capacidade de superar a rejeição: Tenha confiança em suas habilidades e no seu potencial. Acredite que você é capaz de superar a rejeição e seguir em frente, construindo uma vida plena e feliz.
Saiba que superar a rejeição é um processo gradual e individual.
Você é capaz de superar a rejeição e alcançar uma vida plena e feliz.
Esse tema é trabalhado em dos encontros no meu Grupo de Crescimento, que é um trabalho de revisão de vida que realizo há anos, desde o meu mestrado no México, a cada canto do Brasil. Em breve, uma nova turma será aberta aqui no Rio de Janeiro, então quem tiver interesse em participar, envie uma mensagem por direct no Instagram @nucleoreginanohra para mais informações.
Muita Paz.
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