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Jung e a Individuação

Atualizado: 6 de fev.

Autora: Regina Nohra, pedagoga, psicóloga clínica hipnoterapeuta e diretora-presidente do InstitutoMilton Erickson de Petrópolis, filiado à Fundação Milton H. Erickson de Phoenix, Arizona.


O conceito básico da psicologia analítica, segundo Jung, é o processo de INDIVIDUAÇÃO. Neste texto pretendo me aproximar do conceito central da psicologia analítica, um dos grandes pilares de sustentação da teoria desenvolvida por Carl Gustav Jung (1875-1961).

Para Jung, o processo de individuação se realiza quando a consciência de um indivíduo se individualiza e se manifesta através da realização do si mesmo, do SELF.

Podemos considerar que o processo de individuação acontece, talvez, desde que nascemos, pois é um processo de autor realização, torna-se um ser indivisível, um ser individual, um ser onde se realiza em essência, ou seja, ele se transforma em uma unidade autônoma e indivisível se tornando uma totalidade. O principal foco da individuação é o conhecimento de si mesmo. Creio que este movimento de transdução de informação é um processo contínuo que o acompanha por toda vida.

A individuação se expande no campo espiritual da arte e da religião, mergulhando no íntimo da Alma, arrastando o mais sagrado, o mais puro, o mais amoroso, consagrando como o grande mistério da existência, o deus interior que se manifesta dentro de cada um de nós.

O processo de individuação procura tirar o indivíduo do isolamento, aproximando-o, projetando-o a uma convivência coletiva amorosa através do caminho de autoconhecimento que nos ensina a aprender a lidar com o negativo e o positivo.

Assim como o corpo precisa alimentar-se para desenvolver-se, a personalidade também necessita de experiências e aprendizagens para individuar-se. E, para isso, o Ego, que é dotado de uma função básica e fundamental segundo Jung, consiste na organização da Consciência, compondo de percepções, recordações, lembranças e pensamentos. O ser humano só poderá individuarse na medida em que o Ego for permitindo que as experiências recebidas se tornem parte da Consciência.

A Consciência e a Individuação caminham juntas, passo a passo, no desenvolvimento de uma personalidade, pois o início da Mente Consciente marca também o início do processo de Individuação.

A psicoterapia ocupa um papel significativo neste contexto, o analista é um expert nas técnicas, mas o analisado é expert nele mesmo. E, unidos em um estado amplificado de consciência, promovem amorosamente o processo de individuação, a seu tempo, a seu modo!


BIBLIOGRAFIA

Jung, C. G. (2011) A personalidade mana. Jung, C. G., O eu e o inconsciente, O.C., 7/2, parte II, cap. IV

Jung, C.G. (2011) Consciência, inconsciente, individuação. Em Jung, C.G., Os arquétipos do inconsciente coletivo, O.C., vol. 9/1

Von Franz, M-L. (2000) O processo de individuação. Em Jung, C. G. (org.), O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, cap. 3.

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